A taxa de fecundidade consiste na média do número de filhos por mulher. Para que a população de um país apresente uma situação de reposição populacional, é necessário que a média da taxa de fecundidade seja de pelo menos 2,1 filhos por casal. Dessa forma, dois filhos para a reposição dos pais e a média de 0,1 para compensar possíveis casos de mulheres que não tenham filhos por qualquer motivo.
A tendência é de que países que apresentem uma realidade socioeconômica de subdesenvolvimento e, consequentemente, uma realidade majoritariamente rural, apresentem elevadas taxas de fecundidade. De modo geral, os casais que vivem em zonas rurais tendem a terem mais filhos, visto que a dinâmica social nessas regiões é bastante diferente quando comparada com os centros urbanos, ou seja, quanto maior for a quantidade de filhos em uma família, maior será a disponibilidade de força de trabalho.
Em contrapartida, nos grandes centros urbanos, especialmente após a Revolução Industrial, uma família numerosa está diretamente ligada a maiores custos.
Nesse contexto, podemos compreender que em vários países a diminuição da taxa de fecundidade se configura como sendo o resultado de uma drástica mudança no comportamento demográfico associado a mudanças no perfil das famílias.
O que isso significa?
De modo geral, países que experimentaram o desenvolvimento industrial passaram a apresentar um expressivo êxodo rural (saída do campo em direção aos núcleos urbanos) e, consequentemente, um significativo crescimento urbano, quando inseridos na lógica urbana, os casais passaram a exercer o planejamento familiar e a optarem por uma família menos numerosa.
Observe a imagem abaixo:
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/exercicios-sobre-populacao/ (Acesso em 19-09-16)
O gráfico nos informa que na década de 1960, a taxa de fecundidade brasileira era de 6 filhos por mulher, já na década de 2000 a média é reduzida para apenas 2 filhos por casal. Não se trata apenas de uma coincidência, mas o que mudou no nosso país ao longo dessas 4 décadas foi exatamente a taxa de crescimento urbano.
Outro fator importante que precisa ser destacado para entender a redução da taxa de fecundidade no Brasil é o fato de que, inserida nos grandes centros urbanos, a mulher brasileira passou a lutar pelo seu espaço na sociedade e alcançar status de igualdade em relação aos homens. Com isso, as mulheres deixaram, gradativamente, o papel de 'dona de casa' e passaram a estudar mais e a buscarem vagas no mercado de trabalho, deixando a maternidade para mais tarde.
Conclusão: A redução das taxas de fecundidade no Brasil está diretamente
ligada ao processo de industrialização e urbanização do país,
que promoveu, nas últimas décadas, profundas transformações
socioeconômicas e no comportamento demográfico da população
brasileira.
Dentre os principais fatores responsáveis pela redução da taxa de
fecundidade, podemos destacar o elevado custo de vida nos grandes
centros urbanos, a introdução e consolidação da mulher no mercado
de trabalho e a disseminação dos métodos contraceptivos.
Eduardo Correia
Graduado em Geografia
Comentários
Postar um comentário